Um dos participantes de A Fazenda 17 testou positivo para COVID-19 pouco antes da estreia e, por protocolo, não pôde entrar na sede no dia planejado. A previsão inicial da produção era integrar o peão apenas na própria data da estreia, em 15 de setembro, depois de nova avaliação médica. A emissora não confirmou oficialmente o nome do participante afetado.
O resultado positivo derrubou um roteiro que costuma ser milimétrico no primeiro programa: entradas cronometradas, apresentação de elenco, divisão de quartos e a dinâmica inicial com o grupo completo. Sem um dos nomes, a produção precisou ajustar o tempo de tela e rever a ordem das cenas para manter ritmo e suspense. Em um reality de convivência rural, onde alianças e atritos se formam já nas primeiras horas, a ausência temporária muda o tabuleiro desde o começo.
A sede do programa, em ambiente rural no interior de São Paulo, recebe o elenco em confinamento total. Qualquer atraso de entrada mexe com convivência, tarefas e até com a percepção do público sobre equilíbrio de forças. Quando alguém chega depois, encontra grupos já formados, piadas internas e acordos não ditos — e isso pode tanto atrapalhar quanto virar combustível de jogo.
Desde a pandemia, emissoras mantêm etapas de testagem antes do confinamento em realities. Mesmo com regras de saúde mais flexíveis no país, a TV segue com janelas de exames e isolamento em caso de resultado positivo para evitar surtos dentro do elenco e das equipes técnicas. O caso desta temporada reafirma que esses filtros continuam ativos e que decisões de última hora fazem parte do manual de contingência.
Quando um participante testa positivo às vésperas da estreia, a produção trabalha com cenários diferentes. Entre as alternativas usuais estão: reescalonar entradas, começar o programa com elenco reduzido, adiar a estreia de provas que exigem todos os nomes no jogo ou acionar uma reserva caso o contrato permita. A emissora, como de praxe, não detalha a engrenagem interna para preservar contratos e dados médicos.
Para o participante, o processo passa por acompanhamento médico, isolamento e nova testagem. Só depois de resultado negativo e liberação clínica é que a entrada ocorre, com gravação e ambientação aceleradas para igualar regras e informações do jogo. Esse “delay” tem efeito psicológico e estratégico: quem chega depois precisa recuperar terreno social e entender rapidamente o clima da casa.
No lado técnico, há impacto logístico: figurino já separado, ensaios de câmera refeitos, roteiro do ao vivo reescrito e encaixe de ações comerciais redesenhado. Patrocinadores que planejavam ativações com elenco completo migram para formatos de transição, enquanto a direção segura a promessa de entretenimento sem revelar bastidores sensíveis.
Movimentos como esse sempre geram conversa nas redes. É comum que surjam apostas sobre quem ficou de fora e teorias sobre como a chegada tardia pode mexer com o jogo. A produção, porém, tende a preservar a identidade até a liberação médica, tanto por privacidade quanto por contratos. Quando o participante entra, o programa contextualiza o atraso e segue com o cronograma da temporada.
Em realities de longa duração, o termômetro dos primeiros dias é decisivo para formar narrativas. A mudança de última hora em A Fazenda 17 não derruba a temporada, mas obriga a direção a ser ágil, a distribuir melhor as cenas e a dar ao público a sensação de continuidade. O jogo começa diferente do planejado — e isso, para quem assiste, muitas vezes é o que garante a novidade.