Na noite de 1º de maio de 2025, o Santos FC entrou em campo na Vila Belmiro com a esperança de recomeçar. A estreia do técnico Cleber Xavier na competição parecia promissora — até o apito final da prorrogação. Empatado por 1 a 1 contra o CRB, o clube da Baixada Santista viu sua temporada na Copa do Brasil 2025Vila Belmiro se desmoronar nos pênaltis. Na volta, em 21 de maio, o placar foi CRB 0 (5) x (4) 0 Santos. Nada de gols. Só silêncio, decepção e um prejuízo de R$ 3.638.250,00 em premiações perdidas.
Na defesa, Gabriel Brazão salvou o time nos acréscimos do segundo tempo, defendendo um pênalti cobrado por Segovia. O estádio explodiu. Parecia que o destino havia mudado. Mas o futebol, às vezes, é cruel. Aquele pênalti salvo virou um espelho: o Santos conseguia resistir, mas não conseguia vencer.
Na segunda partida, em Maceió, o clima era diferente. O Santos chegou com a pressão de quem precisa vencer. O CRB, com a liberdade de quem já havia feito sua parte. O jogo terminou 0 a 0. Sem gols. Sem emoção. Só pênaltis. E aí, o que parecia um milagre em Santos virou um pesadelo em Maceió. Cinco cobranças. Cinco gols para o CRB. Quatro para o Santos. O quarto cobrador, Barreal, errou. E o goleiro do CRB, João Pedro, não precisou nem se mover.
"É fim de temporada antes mesmo do fim do ano", disse um analista do ge.globo. "O clube vive no limite da saúde financeira. E agora, sem dinheiro da Copa, a situação piora. Os salários de junho já estão em risco. Os jogadores sabem. Os torcedores sentem. E os dirigentes não têm mais o que mostrar."
Além do dinheiro, o impacto psicológico é ainda maior. O Santos começou bem em ambas as partidas, mas desmoronou no segundo tempo. "A ansiedade toma conta. Os erros vão acontecendo em escala", explicou o mesmo analista. "E quando Gabriel Brazão não está lá para salvar, o gol adversário sai."
Os documentos oficiais da partida — súmula, boletim financeiro e relatório da CBF — estão disponíveis, mas não trazem soluções. Apenas provas. A prova de que o Santos, mesmo com Neymar em campo, ainda não tem estrutura para competir. A prova de que um técnico novo, por mais qualificado que seja, não resolve uma crise de identidade. A prova de que, em futebol, às vezes, o que mais importa não é o talento, mas a consistência.
A Copa do Brasil 2025 ainda tem muitas rodadas pela frente. Mas para o Santos, o torneio acabou antes mesmo de começar. E o pior: ninguém mais acredita que ele vá voltar.
A eliminação foi devastadora porque o Santos deixou de receber R$ 3.638.250,00 em premiação, o que representa quase metade do orçamento mensal do clube em 2025. Além disso, a competição é a única que ainda paga valores significativos para clubes de médio porte. Sem esse recurso, o pagamento de salários e investimentos em infraestrutura ficam em risco, agravando a crise financeira já existente.
Não. Neymar foi o único jogador capaz de criar chances reais de gol, com três oportunidades claras. Mas o problema não é individual: o time não tem profundidade ofensiva. Sem ele, o Santos não ataca. Com ele, ainda assim, falta qualidade nos últimos passes e na finalização. O craque não falhou — o sistema falhou.
Sim. O CRB jogou com organização, disciplina e espírito de luta. Mesmo sendo da Série B, não se entregou. Marcou o jogo, resistiu à pressão e aproveitou o erro do Santos nos pênaltis. A vitória foi merecida, não por superioridade técnica, mas por consistência e mentalidade. O time alagoano soube aproveitar a oportunidade.
O impacto é profundo. Jogadores como Barreal e Tiquinho Soares, que cobraram pênaltis, já estão sob escrutínio. A equipe tem o hábito de começar bem, mas desmorona após o empate. Isso gera ansiedade coletiva. O técnico Cleber Xavier enfrenta uma crise de credibilidade. A torcida, que esperava um renascimento, agora sente que o clube está voltando ao passado — o mesmo de 2023 e 2024.
Precisa de reestruturação profunda: renegociação de dívidas, contratação de jogadores com mentalidade vencedora e, acima de tudo, um projeto de longo prazo. Não basta ter Neymar. É preciso ter um time. E para isso, o clube precisa de gestão profissional, não apenas de nomes famosos. Sem isso, até o melhor jogador do mundo não salvará o Santos.
Sim, mas depende do desempenho no Campeonato Brasileiro. O clube precisa terminar entre os 16 melhores da Série A para garantir vaga direta. Se ficar fora, terá que passar por uma fase classificatória contra clubes da Série B — e, com a crise atual, não há garantia de que o elenco esteja preparado para isso. A janela de recuperação está se fechando rápido.