Santos é eliminado nos pênaltis pelo CRB na estreia de Cleber Xavier na Copa do Brasil 2025

Na noite de 1º de maio de 2025, o Santos FC entrou em campo na Vila Belmiro com a esperança de recomeçar. A estreia do técnico Cleber Xavier na competição parecia promissora — até o apito final da prorrogação. Empatado por 1 a 1 contra o CRB, o clube da Baixada Santista viu sua temporada na Copa do Brasil 2025Vila Belmiro se desmoronar nos pênaltis. Na volta, em 21 de maio, o placar foi CRB 0 (5) x (4) 0 Santos. Nada de gols. Só silêncio, decepção e um prejuízo de R$ 3.638.250,00 em premiações perdidas.

Uma estreia cheia de esperança — e de Neymar

O time santista começou com tudo. O gol saiu aos 23 minutos do primeiro tempo, fruto de uma jogada coletiva que só poderia ser criada por um dos poucos jogadores capazes de mudar o jogo com um toque: Neymar. O camisa 10, mesmo sem estar em sua melhor forma física, foi a única luz ofensiva do Santos. Segundo análise do ge.globo, "sem o craque em campo, a equipe não tem poder ofensivo algum. É um time que sem o camisa 10 sofre demais para criar e ameaçar a defesa rival." E ele foi o responsável por três chances claras de gol. Faltou capricho. Faltou sorte. Faltou mais um pouco de qualidade nos últimos metros.

Na defesa, Gabriel Brazão salvou o time nos acréscimos do segundo tempo, defendendo um pênalti cobrado por Segovia. O estádio explodiu. Parecia que o destino havia mudado. Mas o futebol, às vezes, é cruel. Aquele pênalti salvo virou um espelho: o Santos conseguia resistir, mas não conseguia vencer.

CRB: o time que não tinha nada a perder — e tudo a ganhar

O CRB, da série B, entrou como o time mais fraco do confronto. Classificado no Pote B da competição, era considerado um adversário de passagem. Mas o time alagoano jogou com fome, organização e um espírito que o Santos parecia ter esquecido. Cartões amarelos para Zé Ivaldo, Segovia e outro jogador não identificado mostraram a intensidade da partida. O CRB não precisou de estrelas. Precisou de disciplina. E teve.

Na segunda partida, em Maceió, o clima era diferente. O Santos chegou com a pressão de quem precisa vencer. O CRB, com a liberdade de quem já havia feito sua parte. O jogo terminou 0 a 0. Sem gols. Sem emoção. Só pênaltis. E aí, o que parecia um milagre em Santos virou um pesadelo em Maceió. Cinco cobranças. Cinco gols para o CRB. Quatro para o Santos. O quarto cobrador, Barreal, errou. E o goleiro do CRB, João Pedro, não precisou nem se mover.

O custo de um sonho interrompido

O impacto financeiro é brutal. O Santos deixou de receber R$ 3.638.250,00 por não avançar para a quarta fase — o equivalente a quase metade do orçamento mensal do clube em 2025. A Copa do Brasil, a competição mais generosa do futebol brasileiro, é a única que ainda paga valores significativos para clubes de médio porte. Sem ela, o Santos fica à mercê de doações, patrocínios frágeis e ações emergenciais.

"É fim de temporada antes mesmo do fim do ano", disse um analista do ge.globo. "O clube vive no limite da saúde financeira. E agora, sem dinheiro da Copa, a situação piora. Os salários de junho já estão em risco. Os jogadores sabem. Os torcedores sentem. E os dirigentes não têm mais o que mostrar."

Além do dinheiro, o impacto psicológico é ainda maior. O Santos começou bem em ambas as partidas, mas desmoronou no segundo tempo. "A ansiedade toma conta. Os erros vão acontecendo em escala", explicou o mesmo analista. "E quando Gabriel Brazão não está lá para salvar, o gol adversário sai."

Um clube que volta, mas não se recupera

O Santos havia ficado fora da Copa do Brasil em 2024 por motivos não divulgados — possivelmente por problemas administrativos ou financeiros que impediram o registro da equipe. O retorno em 2025 era visto como um sinal de recuperação. Mas a eliminação na terceira fase, ainda na primeira fase que disputou, soa como um retrocesso. O time não está pior do que em 2024 — está exatamente no mesmo lugar. Só que agora, com menos dinheiro, menos confiança e mais pressão.

Os documentos oficiais da partida — súmula, boletim financeiro e relatório da CBF — estão disponíveis, mas não trazem soluções. Apenas provas. A prova de que o Santos, mesmo com Neymar em campo, ainda não tem estrutura para competir. A prova de que um técnico novo, por mais qualificado que seja, não resolve uma crise de identidade. A prova de que, em futebol, às vezes, o que mais importa não é o talento, mas a consistência.

O que vem agora?

O Santos tem um calendário apertado. A próxima partida é contra o São Paulo, no Campeonato Brasileiro, em 27 de maio. Mas a equipe está desgastada. O elenco está desmotivado. E o torcedor? Já não acredita mais em milagres. O técnico Cleber Xavier, que chegou com promessas de modernização, agora precisa reconstruir algo que nunca existiu: a confiança.

A Copa do Brasil 2025 ainda tem muitas rodadas pela frente. Mas para o Santos, o torneio acabou antes mesmo de começar. E o pior: ninguém mais acredita que ele vá voltar.

Frequently Asked Questions

Por que a eliminação na Copa do Brasil foi tão devastadora para o Santos?

A eliminação foi devastadora porque o Santos deixou de receber R$ 3.638.250,00 em premiação, o que representa quase metade do orçamento mensal do clube em 2025. Além disso, a competição é a única que ainda paga valores significativos para clubes de médio porte. Sem esse recurso, o pagamento de salários e investimentos em infraestrutura ficam em risco, agravando a crise financeira já existente.

O Neymar foi o responsável pela derrota?

Não. Neymar foi o único jogador capaz de criar chances reais de gol, com três oportunidades claras. Mas o problema não é individual: o time não tem profundidade ofensiva. Sem ele, o Santos não ataca. Com ele, ainda assim, falta qualidade nos últimos passes e na finalização. O craque não falhou — o sistema falhou.

O CRB mereceu vencer?

Sim. O CRB jogou com organização, disciplina e espírito de luta. Mesmo sendo da Série B, não se entregou. Marcou o jogo, resistiu à pressão e aproveitou o erro do Santos nos pênaltis. A vitória foi merecida, não por superioridade técnica, mas por consistência e mentalidade. O time alagoano soube aproveitar a oportunidade.

Qual o impacto psicológico dessa eliminação no elenco?

O impacto é profundo. Jogadores como Barreal e Tiquinho Soares, que cobraram pênaltis, já estão sob escrutínio. A equipe tem o hábito de começar bem, mas desmorona após o empate. Isso gera ansiedade coletiva. O técnico Cleber Xavier enfrenta uma crise de credibilidade. A torcida, que esperava um renascimento, agora sente que o clube está voltando ao passado — o mesmo de 2023 e 2024.

O que o Santos precisa fazer para voltar a ser competitivo?

Precisa de reestruturação profunda: renegociação de dívidas, contratação de jogadores com mentalidade vencedora e, acima de tudo, um projeto de longo prazo. Não basta ter Neymar. É preciso ter um time. E para isso, o clube precisa de gestão profissional, não apenas de nomes famosos. Sem isso, até o melhor jogador do mundo não salvará o Santos.

Há chance de o Santos voltar à Copa do Brasil em 2026?

Sim, mas depende do desempenho no Campeonato Brasileiro. O clube precisa terminar entre os 16 melhores da Série A para garantir vaga direta. Se ficar fora, terá que passar por uma fase classificatória contra clubes da Série B — e, com a crise atual, não há garantia de que o elenco esteja preparado para isso. A janela de recuperação está se fechando rápido.