Imposto de Renda: tudo o que você precisa saber para declarar sem erro

Chegou a hora de acertar a conta com a Receita Federal e muita gente ainda sente aquele frio na barriga. Mas a declaração não precisa ser um bicho de sete cabeças. Neste guia eu explico de forma simples quem tem que declarar, quais são os prazos, como usar as deduções e ainda dou truques para não cair em erro comum.

Quem realmente precisa declarar?

Nem todo mundo é obrigado a enviar a declaração. Você só entra no jogo se recebeu acima do limite de renda tributável no ano‑base (por exemplo, R$ 28.559,70 em 2023) ou teve rendimentos isentos que superaram R$ 40.000. Também são obrigados quem teve ganho de capital na venda de bens, recebeu herança acima de R$ 40 mil ou realizou operações na bolsa que geraram lucro.

Se você trabalhou como autônomo, recebeu aluguel ou prestou serviços como pessoa física, provavelmente está na lista de obrigados. A regra dos dependentes também conta: quem tem filho(s) ou pessoa(s) sob sua responsabilidade pode precisar declarar para aproveitar as deduções.

Dicas para não errar na declaração

O prazo costuma fechar entre o final de março e o início de abril. Não deixe para a última hora; basta acessar o site da Receita, baixar o programa e‑CAC ou usar o aplicativo Meu Imposto de Renda. O passo a passo é simples: importe os informes de rendimentos que seu empregador, bancos e corretoras enviam, preencha os campos de aposentadoria ou pensão, e depois inclua as despesas dedutíveis.

Fique de olho nas deduções que podem reduzir a base de cálculo. Gastos com plano de saúde, despesas médicas (exames, remédios sem receita), pagamentos a escolas e universidades, contribuição ao INSS e ao plano de previdência privada são abatidos. Dependentes também dão desconto: cada filho até 21 anos pode gerar uma dedução fixa, e o limite de dependentes continua em três por pessoa.

Um dos maiores erros é esquecer de declarar os rendimentos de caderneta de poupança ou de investimentos. Mesmo que o imposto já tenha sido recolhido na fonte, esses valores precisam aparecer na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. Outra armadilha comum é lançar valores errados ou esquecer de atualizar o número de dependentes quando eles mudam de situação.

Antes de enviar, use a ferramenta de verificação do próprio programa. Ela indica inconsistências, como números que não batem ou campos obrigatórios em branco. Se aparecer alguma mensagem de aviso, corrija imediatamente; isso evita cair na malha fina e ter que ficar meses esperando a retificação.

Por fim, guarde todos os comprovantes por, pelo menos, cinco anos. Receituários, notas fiscais, extratos e comprovantes de pagamento podem ser solicitados pela Receita a qualquer momento. Um arquivo organizado facilita a vida se precisar comprovar alguma despesa.

Com esses passos, a sua declaração de Imposto de Renda vira uma tarefa rotineira, e você ainda pode receber a restituição mais rápido. Boa sorte e não deixe para a última hora!