Na noite de sábado, 31 de agosto, a tranquilidade de um bar no bairro Cambuí, em Campinas, foi abalada por um episódio lamentável envolvendo racismo e violência. Lizani Conceição de Miranda, uma advogada de 43 anos, foi presa em flagrante sob a acusação de injúria racial contra três funcionários do estabelecimento. O incidente começou de maneira inusitada e infelizmente, escalou rapidamente para uma série de agressões verbais e físicas.
O tumulto teve início após Lizani acidentalmente quebrar um copo no bar. Preocupados com a segurança de clientes e funcionários, os trabalhadores do local pediram que ela colocasse seus sapatos. Esse pedido desencadeou uma reação furiosa de Lizani, que se recusou a cumprir a solicitação e se apresentou como advogada, acreditando possivelmente que sua formação profissional lhe conferisse algum tipo de imunidade ou privilégio especial.
Ao se negar a colocar os sapatos, a situação piorou. De acordo com o boletim de ocorrência, Lizani começou a proferir ofensas de cunho racial, direcionando palavras como 'macaca' e 'preta encardida' aos funcionários negros do bar. A revolta e a incredulidade marcaram o rosto dos trabalhadores e dos presentes diante de tamanha hostilidade e desrespeito. A advogada não apenas insultou verbalmente, mas também partiu para a agressão física, chegando a bater em um dos funcionários que tentava acalmar a situação.
Com o cenário fora de controle e a agressividade crescente, a polícia foi acionada. Os agentes ao chegarem no local tiveram que lidar com a resistência de Lizani, que também agrediu um dos policiais durante a tentativa de contenção. Ela foi detida e conduzida ao 1º Distrito Policial de Campinas, onde foi autuada pelos crimes de injúria racial, lesão corporal e resistência à prisão.
Apesar da gravidade das acusações, Lizani foi liberada após uma audiência de custódia realizada no domingo, 1º de setembro. No entanto, ela permanece internada sob cuidados médicos, o que levanta questões sobre seu estado de saúde mental e emocional no momento do incidente. As investigações continuam em andamento pela Polícia Civil de Campinas, que trabalha para reunir mais depoimentos e evidências que possam esclarecer todos os detalhes do ocorrido.
O episódio de Campinas não é isolado e deve ser visto sob a lente do que está acontecendo em termos de racismo estrutural e as tensões raciais que ainda permeiam nossa sociedade. Incidentes como este servem como um lembrete doloroso de que, apesar dos avanços em legislação e direitos civis, o racismo ainda é um problema persistente no Brasil. A conduta da advogada, longe de ser um lapso momentâneo, reflete questões profundas e arraigadas que precisam ser confrontadas e resolvidas.
O caso tem gerado uma série de reações tanto na comunidade local quanto nos meios de comunicação. Muitas pessoas têm se manifestado nas redes sociais, expressando sua indignação e solidariedade com as vítimas do caso. As organizações de direitos humanos também estão acompanhando de perto o desenrolar dos fatos e pressionando para que a justiça seja feita. Esse episódio, infelizmente, acaba por alimentar um debate urgente e necessário sobre a necessidade de combater o racismo em todas as suas formas.
Enquanto se espera que a Justiça siga seu curso, os envolvidos no caso, direta e indiretamente, continuam a lidar com as consequências do ocorrido. Para os funcionários do bar, o trauma da violação de sua dignidade e integridade física ficará marcado, reforçando a luta contra o preconceito racial. Quanto a Lizani, mais do que uma punição, este momento pode ser uma oportunidade de reflexão e mudança, levando a uma compreensão mais profunda sobre as implicações de suas ações e, quem sabe, um ponto de virada em sua postura e comportamento.
A sociedade, como um todo, deve observar casos como este não apenas com repúdio, mas como uma chance para discutir e entender melhor os muitos aspectos do racismo que ainda nos acomete. Cada incidente como este deve servir como um catalisador para a mudança, impulsionando tanto as esferas jurídica quanto educacional a atuar mais incisivamente na erradicação do preconceito racial.
Comentários (21)
carlos alberto pereira
5 set 2024
Poxa, que tristeza ver isso acontecendo num bar simples... Mas a gente não pode deixar de lembrar que isso é reflexo de algo muito mais profundo. A gente precisa educar desde cedo, não só com leis, mas com exemplo. Se cada um fizer a sua parte, a gente muda isso aos poucos. 💪
Joseph Gañola
7 set 2024
Claro, claro... uma advogada, com diploma, com status, e ainda acha que pode se achar acima da lei? Isso é o que acontece quando a elite se acha superior. Ela não só é racista, é uma patológica que acha que o mundo gira em torno dela. Não merece nem um julgamento, merece um banimento da sociedade. 🤮
Ana Candida
8 set 2024
Será que isso foi mesmo um acidente? 🤔 Tipo... e se ela tivesse sido provocada? E se tiverem editado o vídeo? E se for um golpe pra desacreditar advogadas brancas? E se o bar for uma fachada pra algum movimento anti-branco? Acho que ninguém tá contando a verdade inteira... 😳
Nathália Abreu
9 set 2024
Será que ela realmente não sabia que isso era crime? Tipo, ela é advogada, né? Não dá pra acreditar que alguém com formação jurídica faz isso sem saber as consequências... ou será que ela acha que a lei não vale pra ela?
Renata Herbalife Betim
11 set 2024
Eu não sei se ela merece ser presa, mas também não consigo defender isso. É triste. Muito triste. Eu só queria que as pessoas pensassem antes de falar. Isso machuca. E não é só uma palavra. É uma ferida aberta.
Priscila Perestrelo
13 set 2024
Racismo é crime. Ponto. Não precisa de mais nada.
Leilton César
15 set 2024
Essa mulher é um verdadeiro desastre ambulante. Quebra copo, se acha melhor que todo mundo, e ainda solta um monte de porcaria racista? Tá com o cérebro no modo avião, hein? Ela não é advogada, é uma desgraça com diploma. A polícia fez bem em colocar as algemas. 🚔🔥
Everton Gonçalves
17 set 2024
Sabe o que me doeu mais? Que os funcionários não reagiram com violência. Eles só tentaram acalmar. Isso é coragem. Eles não mereciam isso. E a gente, como sociedade, não pode ficar só assistindo. Temos que fazer algo, mesmo que seja só denunciar ou apoiar.
Jefte Lima
17 set 2024
Este é o sintoma da desintegração da hierarquia social. A classe média branca, ao perder o monopólio cultural, reage com agressividade performática. Ela não está racista - está em pânico existencial. A instituição jurídica precisa ser descolonizada, não apenas punir indivíduos, mas desconstruir o paradigma epistêmico que a legitima. #DecolonizeOJudiciário
Gabrielle Ferreira
18 set 2024
tipo... ela ta doente? pq q ela fez isso? n consigo acreditar q alguem faz isso na frente de todo mundo... será q ela ta usando alguma coisa? 🤢
Flávia Hohl Deriggi
18 set 2024
Eu fiquei só olhando pra essa história e sentindo um peso no peito. Não é só sobre ela. É sobre todos os dias que pessoas negras têm que ouvir isso. E não tem jeito, não tem desculpa. É só triste.
Lizandra Carmona
19 set 2024
A estrutura jurídica brasileira é incapaz de lidar com conflitos de classe e raça porque ainda opera sob a lógica colonial. A advogada não é a vilã, é a manifestação sintomática de um sistema que naturaliza a hierarquia racial. A prisão é um paliativo. A reforma estrutural é urgente
Wesley Carlos Silva
20 set 2024
Ela foi presa porque é branca e rica. Se fosse um negro que quebrou um copo, teria sido espancado e preso por resistência. Isso é o que realmente importa. A justiça é seletiva. Ponto final.
Reinaldo Versuri
20 set 2024
Cara, isso é uma lição de humildade pra todo mundo. Se você tem diploma, não quer dizer que é melhor. Se você tem cor, não quer dizer que tem direito de desrespeitar. A gente precisa de mais empatia, não de mais leis. A gente precisa de mais escuta. 🤝
Amanda Machado
22 set 2024
Este caso é um marco histórico na luta contra o racismo estrutural no Brasil. A figura da mulher branca, educada, com poder simbólico, cometendo violência racial em espaço público é a encarnação do patriarcado racista. A mídia deve amplificar, a justiça deve punir com severidade, e a sociedade deve se mobilizar. Não podemos permitir que isso se repita. #JustiçaParaOsTrabalhadores
Renata Furlan
23 set 2024
Eu chorei só de ler. Não é só sobre ela. É sobre o meu primo que foi chamado de 'macaco' no trabalho. É sobre a minha irmã que foi ignorada no banco porque 'não parecia que tinha dinheiro'. É sobre todos os dias que a gente tem que carregar esse peso. Por favor, não se acostume com isso. Não se acostume.
Antonia Dolores Belico de Alvarenga
24 set 2024
E se for um esquema pra tirar ela da vida? Tipo... e se o bar for ligado a algum grupo que quer destruir advogadas? E se os funcionários foram pagos pra provocar? E se a polícia tá sendo usada pra silenciar mulheres brancas que falam demais? Tudo isso é muito estranho... 😨
Camila Madroñero
26 set 2024
Ela não é uma pessoa. É um sistema. Um sistema que se alimenta da opressão. O fato de ela ser advogada torna isso ainda mais perigoso - porque ela sabe exatamente como manipular a lei. E agora, ela vai usar o sistema pra se livrar da punição. E nós? Nós vamos continuar sendo invisíveis. E isso é o que realmente assusta.
caio palermo
27 set 2024
eu não sei o que dizer... mas isso é muito triste. eu só quero que as pessoas se tratem com respeito... mesmo que não concordem... 🥺
Diego Oliveira
28 set 2024
Essa história é um lixo. Ela tá livre, os funcionários estão traumatizados, e ninguém tá fazendo nada de verdade. Só tá rolando fofoca. Isso é o que o Brasil tem de melhor? Fofoca e desculpinha? Puts.
carlos alberto pereira
29 set 2024
A gente não pode deixar que esse caso vire só mais uma notícia que some. Se cada um de nós falar com alguém, se cada um ensinar uma criança sobre respeito, a gente muda isso. Não é só sobre punir. É sobre construir algo melhor. 🌱